Eu tenho percebido que sou um ser incomodado... e isso as vezes me incomoda ainda mais, pois eu tenho que ter sempre uma resposta para esta inquietação. E confesso aqui que o prazer que descubro , naquilo que eu tinha razão desta inquietação me faz muito feliz. Pois além é claro de estar certo comigo mesmo, é como se eu descobrisse uma novidade a cada tempo e lugar.E nas andanças da vida eu percebi que eu sofro de um certo tipo de claustofobia. Poderia até ser explicado por um técnico no assunto, ou seja, um terapeuta. Porém trata-se de claustofobia de espaço e tempo. Do tempo até entendo um pouco melhor, pois é como ter que correr dentro de um espaço menor do que esta sendo oferecido no momento Agora com a claustofobia do espaço é mais palpável.. Ou mesmo mais pisável. Sim, pisável pois adoro andar. Caminhar pelas ruas e ficar observando o mundo com mais detalhes. Chego a querer ouvir os ruidos e silêncios a minha volta. Tiro o óculos de sol para enchergar as coisas com mais clareza em detalhes e cores. E ainda se durante uma caminhada a noite, mesmo pelas ruas do bairro, logo após cair uma leve chuva eu ainda ouço a água escorrendo entre os bueiros em direção de lugar nenhum. Esquisito eu? Sonhador e idealista na arte da observação? Não sei. Isto me rotularia a algo, então prefiro dizer que apenas aproveito o meu tempo do nada fazer para observar aquilo que passa ao meu lado diariamente e muitas vezes sequer os vejo. Que poderia ser descrito como uma vida paralela que fazemos parte dela, porém conseguimos criar o nosso próprio mundo dentro dela. E sequer prestarmos atenção aonde este mundo se encontra. Agora se caminho a pé, olho com olhar de criança sobre tudo. Olhar de curioso e até de olhar de esquisito de que nunca tinha visto algo igual. Reparo nas pessoas os seus modos e posturas. Reparo no trânsito de pessoas que correm e nem sequer entendem a razão de correr... E essa liberdade de pensamento me faz ser feliz e livre. Me libertando desta paranóia de ser claustofóbico de um lugar comum e aberto.
