tecnologia... pessoas e romances...


A tecnologia pode estar sim unindo mas também afastando o contato entre pessoas. Pode trazer alguém da rua de cima ou mesmo de um pequeno hotel do interior gaúcho. Mas também por estar em constante evolução, essa mesma tecnologia pode nos afastar pela sua própria facilidade e rapidez de se conhecer pessoas. Posso colocar em sites de relacionamentos o tão belo que sou e o tão belo que espero de meu futuro parceiro ou parceira. Digo que minhas preferências são estas e tais. E aqueles que passarem por ali e não se enquadrarem em nada apenas continuam a sua eterna procura. Agora numa caminhada ao pôr do sol de frente ao mar, cruzo com alguém que possui o mais lindo sorriso e teve a mesma brilhante idéia como a minha de estar ali, apreciando aquele episódio único e impossível de ser copiado na real.

Segundo a revista da Folha desta semana, foi inventado uma maneira da planta (samambaias, flores...) mandar um torpedo, ligar ou mesmo mandar um email para o seu dono quando ela está com sede. Fantástico dentro de nossas atribuladas vidas. Mas e o simples gesto de colocar água nas plantas para aonde iria? Deixaríamos novamente de aproveitar o simples da vida. O próprio sapato já nos tirou o prazer de pisar no chão ou na grama gelada.

A tecnologia nos faz falar com Marte, porém quando o encontro é pessoalmente as vezes nos faz timido, pois estamos inexperientes com o contato real e humano.

Quando conhecemos alguém num site que apenas teclamos, criamos dentro de nossa infinita imaginação a forma e jeito da pessoa do outro lado. Mesmo que você nunca venha conhecer realmente este novo conhecido. E cadê a paquera e a dança lenta para chegarmos no ouvido de nosso companheiro e dizermos que queremos beijá-lo ou beijá-la.

O computador pode chegar a um infinito número de pentiuns e bandas larguíssimas mas nunca será o mesmo que um simples aperto de mão. E muito menos saberá que aquele suor no rosto e que escorre de timidez era como um toque de frescor.

E a luz da manhã com vista para o mar será sempre oferecido gratuitamente pela natureza. E dentro de um computador seria apenas um descanso de tela. E me respondam sem pensar, qual o melhor descanso nas duas situações?

Longe de eu deixar o meu Pentium aqui. Mas quando desligo o meu computador, eu piso no chão. No chão de uma razão simples e tão real. Num chão as vezes de estrelas sim, mas todas criadas pela minha mais humilde imaginação.