Desmestificando a Umbanda... part. 1




Hoje, segunda-feira, dia semanal do meu curso de Teologia da Umbanda.


Descobri a Umbanda há aproximadamente uns 4/5 meses através de um amigo. Sim, fui conversar com ele, pois eu achava que eu estava sendo acompanhado por algo... isto que eu já era espírita Kardecista, então estas idéias são muito próximas do nosso dia a dia.


O comentário dele foi o seguinte; vai na Umbanda leva um choque, tira o que vc tiver por ai e depois trata/doutrina no Kardecismo.


Baseado nesta idéia porém ainda com uma certa resistência acabei aceitando a proposta dele. E fui... num centro de Umbanda no Tatuapé.


E ainda com um certo receio fiquei analisando cada passo rumo ao tal do centro de Umbanda. Pois ainda quando criança tinha vivenciado algumas coisas que não gostei, alguns rituais que me assustaram de certa forma. E no decorrer dos anos, fui ouvindo histórias e histórias a respeito de rituais até então sinistros... E euzinho, Marco Aurélio nunca me imaginaria usando uma roupa branca com guias e mesmo frequentando lojas para comprar produtos de despachos.


Chegamos numa rua bem típica da verdadeira São Paulo com prédios baixos e simples, com rua de paralelepípedos e ônibus elétricos nas duas direções da rua. Numa fila gigante encontravam-se todos os tipos de pessoas de idades variadas... E eu ali ainda me questionando de como seria e o que eu iria pedir para os médius incorporados. Comigo estava o meu amigo idealizador me instruindo como eu deveria agir quando chegasse lá em cima no grande salão.


Dei um basta nos meus pensamentos negtivos ou mesmo resistente e subi as escadas com toda a boa vontade das coisas realmente melhorarem de alguma forma. Mas sempre pensando que depois eu voltaria para a doutrina kardecista para me amparar de uma forma mais certa na minha compreensão.


Quando chego no salão principal a minha primeira surpresa; um grande salão claro com aproximadamente uns 60 médius incorporados atendendo os consulentes. E de uma organização absurda de perfeita para que aquela fila fosse a mais rápida e precisa.


A cada passo dentro daquele imenso salão eu ficava mais feliz incondicionalmente. Sem uma razão específica, apenas estava feliz e via aquelas pessoas todas ajudando as outras todas pessoas que chegavam.


Além da surpresa em ver um salão claro com pessoas todas de branco, inclusive médius orientais.. sim senhorinhas japonesas incorporadas dando passe aos visitantes... tudo se desmestificando ali na minha frente.


E cada passo para chegar a minha vez, a sensação era igual de se estar numa montanha russa, aonde a descida estava para chegar ou mesmo a curva mais íngrime, me aproximando do médium sorteado. Outra pessoa que me chamou muito a atenção, além do oriental incorporado, foi que todas as pessoas na fila antes e depois de mim, estavam sorrindo e felizes naquele momento. Diferente do kardecismo que nos ensina que temos que nos reservas, silenciar e mesmo ficar compenetrado para receber o passe.


Chegou a minha vez e o guia incorporado em todos os médius era do boiadeiro. Me recebeu bem e perguntou o que eu gostaria. Respondi da possibilidade de estar sendo acompanhado por um irmão, e ele me respondeu que eu nada tinha. E que os meus guias eram da luz e eu deveria desenvolver para abrir todos os caminhos da minha vida.


Sai aquela noite daquele prédio me sentindo como se eu pudesse voar e que aquela simples rua e de um simples bairro tinham a mesma importância dos ricos e famosos lugares da cidade.